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TEOLOGIA: Interfac

  • Alison Praes, Edmar Rogério, João Matias
  • 21 de nov. de 2016
  • 6 min de leitura


Vivemos em um mundo pós-moderno onde as expressões midiáticas como a internet, televisão e as redes sociais, que estão cada vez mais fortes e consumindo o nosso tempo. O problema não está nessas coisas em si, o problema é que estamos dando prioridade para algumas coisas enquanto outras que deveriam ser tratadas como prioritárias são deixadas de lado. Dentre os vários temas que poderíamos trabalhar em cima das mídias sociais, damos enfoque maior a família.


A família esta sendo fortemente afetada, e a interação entre os seus membros está se perdendo cada vez mais por consequência disso, gerando relacionamentos cada vez mais superficiais, o que também potencializa mais divórcios que também é condenado na bíblia em MT 5.31-32. Filhos não se importam mais com seus pais e pais passam menos tempo com seus filhos, ferindo princípios bíblicos de efésios quando fala da responsabilidade de pais e filhos. Isso resulta em uma sociedade cada vez mais doente. Por isso o termo midiatização da família faz bastante sentido. Pois invertemos as prioridades, invertemos os valores e já estamos pagando o preço por isso. A mídia hoje tem sido um elemento tão relevante para a sociedade que está até mesmo influenciando a religião, é o caso das igrejas emergentes.


O movimento igreja emergente tem como objetivo tornar a igreja mais relevante e atraente para a sociedade atual pós – moderna. A princípio este pensamento parece bastante convidativo e correto, o que também acontecem nas expressões midiáticas que tem influenciado a família, como citado anteriormente. Mas quando visto com mais cautela podemos perceber que este movimento comete alguns erros em sua forma operante.


Um problema que pode ser percebido no movimento é que a maneira de melhorar a igreja neste sentido pode ser interpretada de diversas maneiras, o que acarreta a formação de uma diversidade de novas igrejas. Além disso, o maior erro do movimento encontra – se no fato de que o culto deixa ter como foco agradar a Deus e passa agora a ter o homem como centro de tudo.


As igrejas emergentes passam também a se preocupar mais com a vivência correta do que com a doutrina correta. Uma vez que na tentativa de agradar o homem o sermão tende a ser mais brando, evitando mensagens que possam ser agressivas aos ouvintes. A palavra de Deus agora passa a ser interpretada por aquilo que diz para cada pessoa e não no seu sentido real.


É importante ressaltar que a igreja emergente traz algumas questões relevantes e nasce da nossa falta de preocupação e reflexão missiológica. Mas devemos tomar o cuidado de pregar o evangelho de maneira fiel, pois, se olharmos somente para o nosso desejo de que a igreja seja relevante culturalmente, corremos o risco de converter o evangelho em algo que ele não é, contudo, não podemos nos portar de maneira intolerante.


A Bíblia nos ensina a tratar a todos com amor, e o amor é paciente, o amor tudo suporta. Paciência é um sinônimo para simbolizar a tolerância. Ser tolerante é suportar mesmo que não concordamos com o ato em questão. Nós cristãos, como diz Ariovaldo Ramos, entendemos bem o que é tolerância e intolerância, pois somos objeto de intolerância desde a formação das igrejas cristãs de Atos, porém hoje essa intolerância acontece de forma implícita e camuflada. Talvez por que várias das igrejas pós-modernas estão fazendo amizade com a mídia e o mundo, se convertendo em Emergente, como citado acima. O que fazer então, se somos vitimas de intolerância?


Hoje, temos leis que defendem os direitos e deveres de todos os cidadãos. Temos nosso direito a liberdade, tanto como o dever de respeitar a diferença. Muitos são taxados de intolerantes porque não concordam com opinião alheia, não podemos ser de forma alguma, tolerantes com o erro. Os cristãos, em geral, são taxados de retrógrados, homofóbicos, machistas, e idealistas, por não concordarem com o posicionamento da sociedade diante de tais fatos. Devemos sim ser tolerantes, é o nosso dever tanto como cidadãos como cristãos, mas nunca ser tolerante com o que é intolerante a Escritura.


Mas, o que se fazer quando a intolerância é por parte de religiosos? Isto é muito comum porque nosso país é de tradição cristã. Muitos usam a Bíblia para “provar” o que dizem , inclusive, já a utilizaram no passado de forma a promover o racismo, como por exemplo no texto de Gênesis que fala sobre a marca em Caim, alguns já usaram esse texto para dizer que “a marca era a maldição da cor negra”. Nossa Bíblia fala de um DEUS que é amor, o amor não exclui, não rejeita, não faz acepções. O amor não se alegra com a injustiça e este amor nunca morre. Como diz Ariovaldo Ramos, “não somos essas pessoas” por que o cristão verdadeiro conhece o amor de Deus.


Ao pensar em todos esses contextos abordados, relacionados à mídia, sociedade, religião, tolerância e intolerância, podemos lembrar do contexto vivido pela cidade de Mariana, onde em meio à tragédia do tsunami de lama e os rejeitos de mineração da Samarco, a atitude inusitada de um homem religioso chama a atenção. Pároco da Igreja de São José, da cidade de Barra Longa, a 60 Km de Mariana, Wellerson Magno Avelino, abriu as portas de sua paróquia para cultos de outras religiões, sobretudo a Batista deixando de lado as indiferenças dogmáticas iniciadas no século XVI e exercendo as boas obras, tantas vezes citadas pelo apostolo Thiago nas Escritura Sagradas.


A atitude deste sacerdote com certeza surpreendeu a muitos principalmente aos próprios católicos, devido ao significado da Igreja e de seus objetos litúrgicos diante da doutrina católica. Entretanto tal atitude não deixa de ser um exemplo para o povo evangélico sobre a valorização da intenção em cultuar a Deus. Em uma única atitude o Padre Wellerson demonstra vários ensinamentos: União entre os Cristãos, amor ao próximo, respeito entre as diferenças, humildade e convicção. Talvez, naquele momento ele imaginou que quanto maior o numero de pessoas falando de Jesus, mais isso ajudaria a trazer paz em um momento de verdadeira tribulação. Demonstra uma preocupação com as pessoas que Deus entregou a seus cuidados e fica claro seu gesto de amor para com os irmãos. Este pároco sabia que havia divergências entre as crenças, porem, viu que não era hora de defender dogmas e sim de demonstrar amor.


Algumas pessoas podem se posicionar de maneira intolerante quanto a esse fato. Alguns podem até defender que a posição do padre é um exemplo de ecumenismo, o movimento favorável à união de todas as igrejas cristãs. Mas o importante é demonstrar que pessoas diferentes podem se unir em prol de um bem maior, esse deveria ser o lema das sociedades.

A partir desse ponto, podemos pensar em qual seria o posicionamento da Teologia quanto a todas as questões abordadas até o momento, levando em consideração que a Teologia é o estudo da revelação de Deus e compreensão dessa revelação.


A pregação é a revelação contextualizada, a Bíblia é a revelação histórica e Jesus é a revelação eterna, e esses três tipos de revelação estão fortemente integrados ao sentido da Teologia. A midiatização seja da família, da igreja ou da sociedade é totalmente desfavorável no contexto teológico, pois leva as pessoas a se portarem de acordo com os pensamentos da massa, a elite que gere o país e o mundo, quando na verdade, não deveriam ter como modelo, aquilo que nos é imposto nos extraordinários comerciais e propagandas, mas sim aquele que era, que é e que a de vir. Isso também se aplica ao contexto das Igrejas emergentes. O centro é Cristo no teocentrismo, e não o homem no seu antropocentrismo egocêntrico. A igreja deve sim observar o seu redor, mas para saber dialogar com o homem, e não se parecer com o seu redor, é o que diz uma frase da Missão Integral, “ no compasso do tempo, mas firmado na rocha”. Quanto a tolerância e intolerância, podemos citar o texto de Mateus: 5. 43,44, que diz: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;”


Devemos amar os que nos tratam de maneira intolerante, e quanto ao o que não toleramos, devemos seguir o conselho de Paulo aos Tessalonicenses, examinando tudo e retendo o bem. Nem tudo é descartável, devemos observar o que não toleramos, para aprendermos a dialogar com ele, como no caso do padre que cedeu sua paróquia. Não toleramos o uso das imagens como instrumento de mediação entre Deus e o homem, mas com o exemplo do padre que não tem nada a ver com ecumenismo, podemos aprender que juntos somos melhores quando lutamos por um mesmo ideal.

E VOCÊ?

1- O que pensa sobre a midiatização da família?

2- Já ouviu falar em Igreja Emergente? O que acha desse movimento?

3- Conhece a história do padre que deixou evangélicos realizarem culto em sua paróquia? O que acha da sua atitude?

(http://www.amigodecristo.com/2015/11/padre-de-mariana-cede-paroquia-para-evangelicos-realizar-cultos.html)

4- O que pensa sobre tolerância e intolerância, em relação as religiões?

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